memória...

Assunte só esse passado que te conto, mais que histórias, seu moço, são mímeses de ternuras ditas repetidas vezes, mas não pense, seu moço, que conto de novo a troco de nada... quiça em troca da vivacidade da memória, lembranças que prefiro vislumbrar seguindo, passando adiante não por mim ou mesmo pela veracidade do que digo, mas pela sinceridade da essência que te conto.

A ilusão que conforta também aleija A dor da verdade impulsiona crescimento, Maturidade, liberdade de escolha, A opção anestésica também impulsiona, Para uma bolha instável, Com uma superfície unida por quebra cabeça de situações maquiadas, Felicidade como uma colcha de retalhos de momentos felizes? Apenas em sonhos infantis, Sofrer faz parte da vida, aprender a lidar com ela também Alegria de verdade não pressupõe ausência de imperfeições, De tristezas... Refugie-se na ignorância e tenha uma meia vida, Por curto tempo, que seja. Ou abrace os fatos, Sorrindo para as alegrias que se desenrolam a sua volta. escrito em 18/06/2012

Elite solidária

Discursos dispersos,
conexo em ideias pré concebidas
e qualidades não percebidas,
Não ter berço?
Invalidez social estigmatizada além de cores,
além de mostras de competência,
que fogem sob a lente de sobrenomes,
prolongamento coronelista que infecta o presente
e minimiza a realidade.
Tentam nos convencer que seus discursos têm sentido,
de fato.
Dentro de uma hierarquia milenar,
preconceituosa por essência e incapaz de notar,
que sua superioridade não é fruto de capacidade,
mas de mero domínio de um grupo infímo numericamente,
gigantes de egos que preconizam misérias e
mantém aquilo que chamam de normalidade.

Lado a lado até o último suspiro,
meu ou nosso?...
Teu fôlego poupado em respostas
afoga o que eu sinto,
num lago de dúvidas
e algumas certezas
não queridas.

O passado constitui o que somos,
O que pensamos sobre o presente.
Experiência ajuda a sabermos onde pisar,
como esquivar de tropeços passados.
Escolha sempre temos,
aprendizado, saudades...
Só são grilhões se assim o queremos.
A normalidade da maioria não é parâmetro de correto,
De aceitável,
Base em valores,
refletidas numa lógica perpassa as escolhas,
aceitar?
é concordar que um erro é ínfimo se praticado por muitos,
temo por este pensamento de conforto,
por seu resultado.
Podemos fingir que nada acontece, criar uma utopia que dure...
Dure até a vida mostrar que não é tão bela,
Felicidade são momentos,
Alcançados por aqueles que querem apreciar a vida com todas suas imperfeições,
Ou por aqueles que viverão na ignorância...

Meu futuro,
obstante como o seguinte pôr-do-sol,
indistinto prolongamento do agora,
reflexo continuado...
ideologia traçante,
necessária, sem o ser;
imaginária constante
que traz imagens montadas,
conexas em minha realidade

Proteja o que eu penso,
enquanto domina o que não vejo,
me envolva num aquário,
num envólucro de gestos ensaiados
em que os sons transpassam,
e o ar se extingue...